segunda-feira, 17 de setembro de 2012

E tu? ACREDITAS em quê?

"Para responder já à questão, EU ACREDITO EM MIM!
A vida não me tem sorrido muito e nem por isso eu deixo de lutar todos os dias e acreditar que consigo. 
ACREDITO EM MIM e nas minhas capacidades.
Desde muito nova, encaro a vida com coragem. 
O meu pai faleceu quando eu tinha 4 anos e a partir desse momento, passei só a contar comigo e com a minha mãe! 
GRANDE MULHER! 
Sei que para ela as coisas não eram fáceis. 
Ter de educar uma criança sozinha e trabalhar para que nada faltasse em casa! 
Nunca terei oportunidade para lhe agradecer tudo o que ela fez por mim, porque também ela já me deixou. 
Estava eu no final penúltimo ano da universidade, quando lhe foi diagnosticado um cancro no colon retal. 
A médica nunca me disse o tempo de vida que lhe restava, disse-me apenas que aproveitasse ao máximo a sua companhia! 
E foi o que fiz! 
Durante essas férias de verão eu estive sempre na sua companhia e dediquei-me totalmente a ela...aproveitei todos os momentos!
Não me perguntem o que fiz, como me sentia...eu não sei!
A minha rotina nos seus ultimos dias de vida era: levantar da cama e ir para o hospital, e quando terminavam as visitas, regressava a casa...sempre sozinha!
Nunca mais me vou esquecer daquela tarde em que cheguei ao hospital e saí do carro e este pensamento me veio à ideia: Hoje atrasei-me um bocadinho!
Na realidade, era a mesma hora de sempre. Nem mais cinco, nem menos cinco minutos! Mas eu senti isso!
Quando entrei no hospital, uma tia, que trabalhava lá, veio logo ter comigo e disse-me que a minha mãe tinha entrado em coma e estava entubada!
Já não a quis ver. 
Eu não a queria recordar assim!
Não sei quanto tempo passou, nem como comecei a falar com o capelão do hospital. 
Foi ele, que sem papas na lingua, me disse: A tua mãe já morreu!
Estou-lhe eternamente agradecida por me dizer aquilo, daquela forma!
Não há como fugir e nada melhor que encarar as coisas de frente!
Senti tudo a desaparecer e eu...ali...sozinha!!
E agora o que é que eu vou fazer, como vou reagir?
Entretanto apareceram outros familiares e amigos, tratou-se de tudo! 
No dia seguinte, foi o funeral!
O DIA MAIS LONGO DE TODA A MINHA VIDA.
E no dia seguinte ao funeral eu já estava na escola, pronta para o meu último ano de curso!
Era outubro e as aulas já tinham começado há uns dias!
Arregacei as mangas, procurei um psicologo para eu desabafar (tenho dificuldade em falar dos meus assuntos com conhecidos), e segui em frente!
Tal como todos, tenho dias bons e dias menos bons, mas eu ACREDITO que consigo ultrapassar tudo!
Não há nada que nós não consigamos enfrentar!
NADA!"

Lea - A vida aos trinta

1 comentário:

  1. Histórias assim não deixam nada de positivo, mas há algumas pessoas com a extraordinária capacidade de retirar crescimento delas... Parabéns por isso!

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